quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Amanhecer....


Este cheiro da terra orvalhada
de folhas molhada, se espalha pelo ar
invade a minha alma,
me atiça os sentindos
aguçando os meus desejos,
que vibram, clamam
ah....este cheiro suave, que embala os momentos
acaricia a alma, renova e nos dá alento
faz bater mais forte, o coração no peito
faz sonhar com o amor, em carícias no leito
ah...este cheiro gostoso, que a brisa traz faceira...
que embriaga e seduz, nos transforma inteira
delicada flangrância, sensação envolvente
que suavisa e enternece a gente....
ah...este aroma eloqüente...que mexe e remexe
com os nosso sentidos.
inundando os nossos corpos, de desejos incontidos
de deliciosas emoções,inexplicaveis sensações
expondo as nossas fantasias, num prazer extasiante..
lá fora, o sol se ergue exuberante!!!
secando cada folha molhada, cada gota de orvalho encontrada
e aqui dentro, sua boca passeia voraz,
pelo meu corpo..que numa entrega, de delicioso prazer.
se deixa saborear....

""por aqui""

AQUELA RUA ...




Retorno àquela rua...
Não é a mesma, nem há mais lua...
Escondeu-se entre prédios e assédios
E tímida, já não se mostra nua.

Pisaram a poesia que havia nela
Roubaram-lhe o encanto, meu recanto...
Fecharam-lhe as portas e janelas...
Amordaçaram seu sorriso e o seu pranto.

E as pedrinhas reluzindo dia e noite,
Foram trocadas por asfalto... um açoite
Arrebatando os seus sonhos de criança
A mesma rua onde guardei a minha infância.




CARMEN LUCIA

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Povo Que Lavas No Rio

"local da imagem,Ponte de Lima"

Povo que lavas no rio
Que talhas com o teu machado
As tábuas do meu caixão.
Pode haver quem te defenda
Quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não.

Fui ter à mesa redonda
Bebi em malga que me esconde
Um beijo de mão em mão.
Era o vinho que me deste
Água pura, fruto agreste
Mas a tua vida não.

Aromas de urze e de lama
Dormi com eles na cama
Tive a mesma condição.
Povo, povo, eu te pertenço
Deste-me alturas de incenso,
Mas a tua vida não.

Povo que lavas no rio
Que talhas com o teu machado
As tábuas do meu caixão.
Pode haver quem te defenda
Quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não.

Amália Rodrigues
Composição: Pedro Homem de Melo