quinta-feira, 29 de abril de 2010

    OLHARES


    domingo, 25 de abril de 2010

    "25"...ABRIL DE ABRIL.



    Era um Abril de amigo Abril de trigo
    Abril de trevo e trégua e vinho e húmus
    Abril de novos ritmos novos rumos.

    Era um Abril comigo Abril contigo
    ainda só ardor e sem ardil
    Abril sem adjectivo Abril de Abril.

    Era um Abril na praça Abril de massas
    era um Abril na rua Abril a rodos
    Abril de sol que nasce para todos.

    Abril de vinho e sonho em nossas taças
    era um Abril de clava Abril em acto
    em mil novecentos e setenta e quatro.

    Era um Abril viril Abril tão bravo
    Abril de boca a abrir-se Abril palavra
    esse Abril em que Abril se libertava.

    Era um Abril de clava Abril de cravo
    Abril de mão na mão e sem fantasmas
    esse Abril em que Abril floriu nas armas.


    Manuel Alegre
    30 Anos de Poesia
    Publicações Dom Quixote

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    sexta-feira, 23 de abril de 2010

    OLHARES, bancos á espera nos moinhos de Apulia.



    Bancos são iguais
    Da praça, no jardim ou estação
    Não importa cor, nem materiais
    Todos os bancos são iguais

    Simples, rústicos, rebuscados
    De varandas, na escola
    Com dois lugares, ou mais
    Todos os bancos são iguais

    Sob toldos, árvores, ao sol
    Em trens, roda-gigante, no parque
    Teleféricos, zoo, diferentes locais
    Todos os bancos são iguais

    São iguais até nas visitas...
    o primeiro beijo, a primeira lágrima
    o adeus, a decisão tomada
    ele até acaba tendo uma namorada...

    «por aqui»
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    terça-feira, 20 de abril de 2010

    A Ribeira / Esposende 1990 .



    "deixo aqui um convite para um retorno ao passado através das imagens,isto para pararmos em 1990 e relembrar como era a zona 'ribeirinha' de Esposende, nomeadamente o local onde hoje se situam as piscinas municipais e o parque radical".
    Este vídeo e muitos outros estão disponíveis no canal « koenig1705A5»,disponível no YOUTUBE.
    PARA VER ESTE E MUITOS MAIS CLICK- KOENIG1705A5

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    segunda-feira, 19 de abril de 2010

    quinta-feira, 15 de abril de 2010

    Olhares,Moinhos em Apulia.

    domingo, 11 de abril de 2010

    OLHARES, "A outra margem do Rio" .




    Não sei o que nos espera
    do outro lado do rio,
    se um barco a êsmo,
    se um pescador remando

    Não sei o que nos espera
    do outro lado da raia,
    um vulto, uma sombra de casebre
    um ódio que vem por

    Não sei o que nos espera
    do líder, a mesquinha promessa,
    corrupção é o que fazemos e sofremos
    e, na gaiola só ficam os pássaros da liberdade

    Não sei o que nos espera
    uma Ilha Grande, prisão da gente que se rebela,
    o refúgio das paixões amargas que o povo sente
    e, morre sem encontrar a terra prometida

    Não sei o que nos espera
    cobrir o verde lugar de erupções líticas
    encostas onde se consome a paz do mar
    do jardim artificial, do bucólico não mais existe

    Não sei o que nos espera
    na outra margem do Rio de janeiro a dezembro
    alto preço da especulação, destruição consentida
    e, a natureza cobra pela própria sobrevivência...

    «AjAraujo»

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    quarta-feira, 7 de abril de 2010

    "FLORES"


    Se com flores se fizeram revoluções
    que linda revolução daria este canteiro!

    Quando o clarim do sol toca a matinas
    ei-las que emergem do nocturno sono
    e as brandas, tenras hastes se perfilam.
    Estão fardadas de verde clorofila,
    botões vermelhos, faixas amarelas,
    penachos brancos que se balanceiam
    em mesuras que a aragem determina.
    É do regulamento ser viçoso
    quando a seiva crepita nas nervuras
    e frenética ascende aos altos vértices.

    São flores e, como flores, abrem corolas
    na memória dos homens.

    Recorda o homem que no berço adormecia,
    epiderme de flor num sorriso de flor,
    e que entre flores correu quando era infante,
    ébrio de cheiros,
    abrindo os olhos grandes como flores.
    Depois, a flor que ela prendeu entre os cabelos,
    rede de borboletas, armadilha de unguentos,
    o amor à flor dos lábios,
    o amor dos lábios desdobrado em flor,
    a flor na emboscada, comprometida e ingénua,
    colaborante e alheia,
    a flor no seu canteiro à espera que a exaltem,
    que em respeito a violem
    e em sagrado a venerem.

    Flores estupefacientes, droga dos olhos, vício dos sentidos.

    Ai flores, ai flores das verdes hastes!
    A César o que é de César. Às flores o que é das flores.

    «António Gedeão»
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    sexta-feira, 2 de abril de 2010

    "A PORTA".




    Quantas vezes abri as portas de minha vida...
    E, através dela, entraram a alegria, a tristeza, a dor...
    Quantas vezes abri as portas na esperança de encontrar o sol
    e encontrei a névoa, outras vezes...
    pensava encontrar a chuva e encontrei o sol!

    Ah, porta esta! Que me surpreende,
    portas abertas a amigos que se foram
    e, hoje esquecem de tudo
    porta que recebo à tantos e, por vezes, tento fechar
    mas, falta-me coragem...
    Através dela, esta porta da vida,
    venho me aperfeiçoando e aprendendo, a cada instante,
    por mais trancas que coloque
    sempre esqueço entreaberta...

    Esta porta, por vezes a entrada de minhas expiações,
    Trouxe-me também o amor, e este compensa...
    Dando-me forças de suportar a tudo.
    Fecha-la afinal, para que?...
    Não vim ao mundo para acovardar-me ou,
    fechar-me para tudo,
    pois sou filho de alguém que é, simplesmente,
    O grande chaveiro do universo!...

    E lá vou eu, mais uma vez, em direção a esta porta,
    Que por vezes me foi traiçoeira e outras tantas amiga,
    Abri-la para mais um dia, para mais uma emoção,
    para o desconhecido...
    até que um dia...“este grande chaveiro”,
    venha...e por vez a feche!...
    Mas, certamente ele me abrirá outras portas,
    Assim é nossa vida, nossa morte física,
    repleta de portas, cabe a mim, somente continuar...
    Abrindo...Abrindo...Abrindo!...


    «By , Paulo Nunes Junior»
    ''Todos os Direitos Reservados ao autor''

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