domingo, 11 de abril de 2010

    OLHARES, "A outra margem do Rio" .




    Não sei o que nos espera
    do outro lado do rio,
    se um barco a êsmo,
    se um pescador remando

    Não sei o que nos espera
    do outro lado da raia,
    um vulto, uma sombra de casebre
    um ódio que vem por

    Não sei o que nos espera
    do líder, a mesquinha promessa,
    corrupção é o que fazemos e sofremos
    e, na gaiola só ficam os pássaros da liberdade

    Não sei o que nos espera
    uma Ilha Grande, prisão da gente que se rebela,
    o refúgio das paixões amargas que o povo sente
    e, morre sem encontrar a terra prometida

    Não sei o que nos espera
    cobrir o verde lugar de erupções líticas
    encostas onde se consome a paz do mar
    do jardim artificial, do bucólico não mais existe

    Não sei o que nos espera
    na outra margem do Rio de janeiro a dezembro
    alto preço da especulação, destruição consentida
    e, a natureza cobra pela própria sobrevivência...

    «AjAraujo»

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