quarta-feira, 7 de abril de 2010

"FLORES"


Se com flores se fizeram revoluções
que linda revolução daria este canteiro!

Quando o clarim do sol toca a matinas
ei-las que emergem do nocturno sono
e as brandas, tenras hastes se perfilam.
Estão fardadas de verde clorofila,
botões vermelhos, faixas amarelas,
penachos brancos que se balanceiam
em mesuras que a aragem determina.
É do regulamento ser viçoso
quando a seiva crepita nas nervuras
e frenética ascende aos altos vértices.

São flores e, como flores, abrem corolas
na memória dos homens.

Recorda o homem que no berço adormecia,
epiderme de flor num sorriso de flor,
e que entre flores correu quando era infante,
ébrio de cheiros,
abrindo os olhos grandes como flores.
Depois, a flor que ela prendeu entre os cabelos,
rede de borboletas, armadilha de unguentos,
o amor à flor dos lábios,
o amor dos lábios desdobrado em flor,
a flor na emboscada, comprometida e ingénua,
colaborante e alheia,
a flor no seu canteiro à espera que a exaltem,
que em respeito a violem
e em sagrado a venerem.

Flores estupefacientes, droga dos olhos, vício dos sentidos.

Ai flores, ai flores das verdes hastes!
A César o que é de César. Às flores o que é das flores.

«António Gedeão»
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sexta-feira, 2 de abril de 2010

"A PORTA".




Quantas vezes abri as portas de minha vida...
E, através dela, entraram a alegria, a tristeza, a dor...
Quantas vezes abri as portas na esperança de encontrar o sol
e encontrei a névoa, outras vezes...
pensava encontrar a chuva e encontrei o sol!

Ah, porta esta! Que me surpreende,
portas abertas a amigos que se foram
e, hoje esquecem de tudo
porta que recebo à tantos e, por vezes, tento fechar
mas, falta-me coragem...
Através dela, esta porta da vida,
venho me aperfeiçoando e aprendendo, a cada instante,
por mais trancas que coloque
sempre esqueço entreaberta...

Esta porta, por vezes a entrada de minhas expiações,
Trouxe-me também o amor, e este compensa...
Dando-me forças de suportar a tudo.
Fecha-la afinal, para que?...
Não vim ao mundo para acovardar-me ou,
fechar-me para tudo,
pois sou filho de alguém que é, simplesmente,
O grande chaveiro do universo!...

E lá vou eu, mais uma vez, em direção a esta porta,
Que por vezes me foi traiçoeira e outras tantas amiga,
Abri-la para mais um dia, para mais uma emoção,
para o desconhecido...
até que um dia...“este grande chaveiro”,
venha...e por vez a feche!...
Mas, certamente ele me abrirá outras portas,
Assim é nossa vida, nossa morte física,
repleta de portas, cabe a mim, somente continuar...
Abrindo...Abrindo...Abrindo!...


«By , Paulo Nunes Junior»
''Todos os Direitos Reservados ao autor''

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quarta-feira, 31 de março de 2010

Olhares, no fim da tarde .



Fim de tarde

Todos os dias, o fim de tarde é assim,
traz de volta imagens e momentos de nossa vida,
resgata alegrias, tristezas, pedaços da gente...

Relembra vitórias, empates e derrotas,
nossa caminhada, nos momentos mais marcantes.
Fim de tarde é um momento simplesmente mágico...

É um momento de misturas
do ontem, do agora e do amanhã,
este, através de sonhos...

fim de tarde,
um momento nostálgico que enfeita...
Tanto quanto machuca!..

«by SILVIO BUBA CRUZ»