quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

    A ILHA DA VIDA .

    «RIO CÁVADO , ESPOSENDE»
    Deixaste-me partir descalço sobre as minhas feridas
    Onde estás,
    companheira de todas as águas?
    A noite é uma janela aberta sobre o mar.
    Os vasos das gardénias mais sombrias quebram-sede encontro ao silêncio.
    Ouvi os violinos nas catedrais da tarde;
    cavalos de sombra trotaram por entre as árvores,
    na tua fronte,
    nas chamas que crepitavam nas tuas mãos esquivas.
    Já não vejo o teu rostonos pingos de chuva que cobrem o pára-brisas.
    Afasto-me aos poucos de Julho,
    do mês em que mais cresceste dentro de mim.
    Tens, sei, a natureza das florestas no Outono,
    e são bravos os teus cabelos como os pinheiros da costa.
    Escondo-me agora na minha cama de pedra,
    nos meus sonhos de vidro,
    nos lençóis de luar com que cubroagora os momentos mais fundos sem ti.
    .